quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

A porta se fecha. Fecham-se os olhos. Só o silêncio responde.

A título de epígrafe:

"Apague a luz!
Não se vá dos meus sonhos.
Tranque as portas, feche as cortinas,
Não deixe que a luz entre!
Quando ela entra,
você se vai,
minha sanidade volta.
Apague a luz!"

-Van Simões
Bauru, 30/01/2008





PARTIDA

E como se me fosse fácil,
você deixa a porta entreaberta
como se já fosse simples,
e fosse nada o ir-se.
Como se fosse muito, o nada.
E como se te fosse fácil,
a hora da dor, táctil,
o teu peito, frágil,
como se fosse o mundo
e se fosse tudo,
o nada que restou.
Como se eu fosse mudo,
a surda voz que cala
nada pode contra o oco eco
que se estabelece grande,
muito grande.
Como se fosse fundo,
ao ardor da ida,
do ir-se,
acaba por acostumar-se.
Como se fosse fácil
você vai.
Fica o silêncio.



-Victor Mariusso
Marília, 17/04/2007

Ouvindo: Bajo Fondo Tango Club - Montserrat

Nenhum comentário: