sexta-feira, 23 de maio de 2008

As olhadelas furtivas. Os silêncios significativos. Aqueles momentos nos quais parece não acontecer nada, e acontecem mundos.




ALTO MAR

Qual o mistério que se
esconde por trás de tal
e espessa bruma
que se adensa,
condensa
todos os meus maiores temores?
Era comum minha lida,
a rotina minha de cada dia,
e assim, de repente:
você,
que cresce e se apodera de mim
como se me conhecesse há tanto,
me devasta a alma,
e me prediz,
na palma a tua tempestade sutil,
que me escurece o dia
e clareia de terror
o céu escuro
de minha solidão.
À deriva no teu desconhecido oceano,
vencido e só,
naufrago.

-Victor Mariusso
06/04/06


Ouvindo: Charlie Parker - Embraceable You

quinta-feira, 22 de maio de 2008

O abraço quente. Os olhos coçando de sono. O acalanto do amor e da entrega.

FUGERE URBEM




Estou no campo.
Minha mente vaga
distante,
doente,
volta à metrópole.
Alma urbana,
mente insana.
Não há sons
como os da noite,
nem luz como
a da Lua,
quando se descobre
de seu edredom de nuvens.
Não há silêncio no campo:
Há insetos.
Não há viagem
que não me lembre você.
Não há torpor como
o dos seus beijos,
que - cedo ou tarde -
voltarão aos lábios meus.


-Victor Mariusso
28/04/05


Ouvindo: Alzira E - Milágrimas